sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Lamento de Um Marginal Bem Sucedido



Mais um ano que chega ao fim, como tantos outros que virão. Ou será que o mundo vai acabar? Seja como for, pra mim; morrer não dói- como dizia o poeta. Na verdade estamos fadados a acabar a qualquer hora, feito nuvens ao vento. E, não ao estilo apocalíptico, que tanto vemos ser anunciado no altar, nas praças e nos ônibus, façanha que poucos conseguem me entreter, pois nada melhor que um fone de ouvido e quem sabe um “I Want You”(http://youtu.be/kSIwOom_Fo8 ), para nos livrar da propagação de fim de mundo!
Esse ano nos trouxe saudades de quem estava conosco há poucos dias, e que hoje estão tão distante que nem nossa imaginação consegue alcançá-los, nem mesmo os mais crente, pois lá no fundo ainda resta a dúvida; e claro ela é quem nos salva desse crime vicioso que é a fé e a certeza. Como eu mesmo costumo dizer; a fé é a negação da dúvida (!).
Se fizéssemos uma retrospectiva o que teríamos de bom neste ano que se vai? O que passaria pela peneira? Como dizer Feliz Ano Novo, e não lembrar-se do companheiro Edjanio, dos nossos dias de tarde no ICHCA (álcool e álcool e o disco que mais se repetia no toca disco – “Um Concerto a Palo Seco” do Belchior! Como não lembrar (NÉ) Alexander Moreira Campos  É a vida, ou a morte? E de outro que se foi assim, assim deixando em casa sua maior qualidade “a ausência” (!). Provavelmente esse fim de ano não terá a mesma felicidade que teve o seu inicio, mas (lá vai outra minha) “Os bons nunca morrem, apenas mudam de lugar para brilhar em outro céu; feito as estrelas”.
Ao longo dos 361 dias fizemos quase tudo o que estava previsto nos planos, e será assim por mais um ano, muitas promessas e pouca ação. Lembro-me das vezes em que ainda cruzava os dedos pedindo que o novo ano me trouxesse sorte, paz e amor. Quase não repito o gesto, mas os pedidos ainda estão de pé.
Quantas pessoas entram e desaparecem das nossas vidas, umas deixam saudades outras nos arrasam por dentro. Marcelo Bonfá diz: “Algumas vidas se tocam e se completam outras se cruzam sem se tocar”. Estou aprendendo a lidar com a ausência e com os sonhos que não se realizam, já aprendi que o sonho de tocar uma GustavoCaster é só um sonho(!). E graças à microfibra os nossos amigos estão presentes em nossas vidas todos os dias, mesmo distantes por milhares de quilômetros (a vida é móvel) e tem sido injusta também! Pois,última sexta ferira do ano, todo mundo elétrico e ao mesmo tempo melancólico por dentro, pois sempre falta alguém para dizermos Feliz Ano Novo.
Aprendi também que ninguém cruza os joelhos para pedir que a fome e a sede do seu irmão sejam saciadas, mas sim que nunca lhe falte pão em sua própria mesa. A vida é uma farsa, ninguém quer muar o mundo e sim mudar-se, todo mundo quer ganhar dinheiro, construir família e morrer em paz. 
Nas ruas tudo está em constante miséria, violência e turbulência e “ELES” te fazem dizer Feliz Ano Novo. O ano não poderá ser novo, se nele ainda estiver encravado toda a nata do latifúndio e burguesia. Será apenas uma continuidade do velho que ganhou outro nome em serie – 2012. E tudo parece ser tão normal, parece que tudo isso nasceu junto com vida, no mesmo cordão umbilical, e na verdade, sabemos que não.
Há essa hora todo mundo se abraçará, fogos de artifícios anunciará o novo ano que chega, e que ficará por 361 dias em nossas vidas. Agora é esperar que a vida nos surpreenda (NÉ) Raiane Agnes E que o ano novo venha trazendo paz nos corações dos homens, 1, 2, 3,..., 8,9,10 Feliz Ano Novo!!! Ao melhor estilo de um dos maiores artista da nossa geração:


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Nem Tudo São Luzes

Há quem faça as contas
Há quem vá as compras
Quando mais um ano chega ao fim
Hora de escrever cartões
Hora de rever os planos
Mais um ano chega ao fim

Que venha em paz o ano que vem, que venha em paz o que o futuro trouxer
(Humberto Guessinger)

As famílias se organizam na mesa de jantar, tudo muito lindo. As portas estão abertas, mas esperam que ele venha pela chaminé; graças ao romantismo europeu. Nesse dia as crianças não vão dormir, todo mundo aceso; e as luzes a piscar em árvores artificiais. O mundo em instante irá desejar feliz natal. Todo mundo se abraçando, comemorando mais um ano que chega ao fim, como as canções de Bob Dylan (http://youtu.be/kSIwOom_Fo8), cheia de coisas para contar e histórias que sobraram para o (a) próximo!
O bom velhinho certamente não irá visitar todos, não irá se arriscar ser assaltado, ou mesmo vitima de latrocínio. Até porque no seu saco não deve ter comida, apenas brinquedo da "Estrela", para meninos sofisticados que já operam máquinas ultra-secretas, que só existem nos seus quintais Hollywoodianos.
Eu como um estudante aplicado (nunca fui, e não gosto dos bons modos) fui estudar, tudo tranqüilo pelas ruas, nada de arrastões. A cidade de Maceió em clima de confraternização. As lojas cheias de piscas, os vendedores vestidos a rigor das comemorações. Peguei meu ônibus para o Alagoas Cursos. E quando estava atravessando a praça centenário, ao lado de quatro jovens senhoras que carregavam sacolas de presente, pareciam que vinham do encerramento de suas atividades. E em contra partida três crianças de pés no chão, negras e famintas. Pediram alguma coisa a elas, e uma delas sorridente disse “esse aqui eu já ganhei”, e acriança de forma ingênua e espontânea perguntou: “Ei aonde é que estão dando”. Elas saíram rindo, sem maldade; eu acho! Na hora quando ouvi aquilo, lembrei do espírito natalino, das festividades, e do amor do velho Noel. Não estou dizendo que elas devessem dá o presente para as crianças.
Estava decidido a escrever só no próximo ano, para evitar o derramamento do melancólismo cristão. Mas, foi inevitável, é como chegar em casa e não ligar o computador no melhor canal; o Facebook. Afinal é aqui que todos se encontram, não é? Lá em casa nunca fomos de festejar o Natal, costume mesmo, ou influência da igreja dos meus pais, não sei, só sei que prefiro o carnaval.
Mas, quando chegar a doce noite, irei ficar esperando o papai Noel para contar o que vi, e quem sabe ele não dar uma passada lá na praça, e faz mais uma caridade? Certamente, aquelas crianças estarão por lá até mesmo no réveillon, assistindo a bela capital maceioense se abraçar e dizer feliz natal. Eles estarão olhando as vitrines cheias de guloseimas e brinquedos, que nunca poderão ter! Que sentimento fingido é o natal. Antes do fim, peço ao bom velhinho que neste natal, não encha o meu saco!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Lua lá no Céu


A lua lá no céu tem o seu papel
ilumina seu quintal, reluz em seu olhar
A lua lá no céu, quente, morna e fria
encanta, inspira e entristece
A lua lá no céu, branca, cheia, minguante

Lua de São Jorge, São Pedro e São João
Lua minha, tua e de todos nós
Lua de quem ama, chora, sofre e canta

A lua lá no céu tem o seu papel
bailando com os astros, em um céu de estrelas
A lua grande, gorda e quente
clareia o mar, os pés molhados na areia
A lua lá no céu, suave toca o chão
vai e vem, dançando com a noite

Lua de São Jorge, São Pedro e São João
Lua de balões, estrelas e solidão
Lua minha tua e de todos nós

A lua lá no céu tem o seu papel
você fotografa, eu me inspiro,escrevo e sobrevivo
A lua lá em riba, nós aqui em baixo
A lua lá no céu tem o seu papel
lua minha, tua e de todos nós
lua que você me deu

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Perto do Sol


Façam silêncio, pois lá fora cai uma lágrima
de um pai, de uma mãe e de um irmão, que da vida não esperam mais nada.
Façam silêncio nessa noite sem luar...
Façam silêncio, pois agora deixo cair uma lágrima tão antiga, quanto o medo de partir
Façam silêncio, que agora parte uma estrela
Façam silêncio... Mas não deixe que a vida siga em silêncio, pois ainda há um sol pra nos iluminar
Façam silêncio quando for a noite, e olhe para o alto, procure uma estrela, procure por mim.
Façam silêncio nesse momento de dor... Mas, não deixe que a vida siga em silêncio
Não façam silêncio por mim...
Não silencie um sorriso, não emudeça a vida
Eu... estarei sempre por aqui, em algum lugar perto de ti
Perto do sol, aonde eu sempre quiz ir..."

Para um amigo, para um "IRMÃO"

terça-feira, 18 de outubro de 2011

No Meio de Tudo Você

A saudade é grande, quase não cabe nesse peito juvenil. A canção que toca agora é uma que me faz lembrar os nossos tempos, tempos bons que não voltaram mais. Esse meu saudosismo vem sempre que leio os nossos poemas, e planos pro futuro. Sempre me pego, lembrando esses momentos, sei que dificilmente irá aparecer alguém que me faça ser como antes. Mas, ao mesmo tempo sei que cada pessoa vem para cada momento particular, momentos quando pensávamos sobre o mundo, e de tudo o que queríamos fazer.
A vida veio e te levou com ela, só deixou as marcas, e tudo o que não irá se apagar. Enquanto escrevia lembrava aquela canção que tentávamos cantar sempre que estávamos bêbados, caindo aos poucos. “Se caminhando eu encontrar alguém que pense como eu” era tudo o que cantávamos quando já não podíamos nem andar, e ficávamos balbuciando cada frase da canção. É duro aceitar que alguém que estava comigo há minutos agora está tão longe, tão perto do infinito. Me pego parado olhando pro nada, imaginando o teu sorriso alegre, sorriso de criança que vem a cada minuto com uma dúvida, e satisfeito com simples respostas.
Hoje, encontrei alguém que parecia com você, alguém que talvez me entenda e me faça tão feliz quanto você me fez. Mas, não quero me envolver agora, pois sei que não quero me flagra chamando por você, e nem quero ficar me policiando para não errar com ela. E tudo isso por causa de um tombo, um vacilo meu. Se pudesse voltar atrás eu faria tudo deferente e lhe tomaria o mais rápido possível, antes que você beijasse o chão e se derramasse por todo o piso. Quanto desperdício, que tolo que fui a não lhe devorar naquele momento. Mas, tudo bem semana que vem eu junto uma grana e vou buscá-la novamente.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Comentário a Respeito de Nós mesmo

Há um tempo éramos crianças e o futuro era a nossa herança e o que herdamos foi à discórdia e a ganância. Crescemos e como galho de uma arvore fomos cada uma para o seu lado, e como dizia Gonzaguinha "são caminhos como as linhas dessa mão". Nessa busca insensata, acabamos deixando para trás aqueles fins de tarde, os passeios sem ter hora para chegar, o "descompromisso" que nos fazia tão bem. Agora temos que caminhar em linha reta, para não sermos interrompidos, abortados e até mesmo excluídos de um país tão desigual e que apesar de tudo nos orgulhamos de ser brasileiros.
Hoje, só a continuidade daqueles velhos planos é o que nos interessa para continuarmos seguindo, fortes e encantados pelo desejo de vencer.
  Quantos jogos no fim da tarde, quantas aventuras pelo mato adentro, quantos jeitinhos encontramos para não repetir o ano na escola, aqueles corredores ainda continuam por lá, assim como as "paredes riscadas a giz testemunhando que alguém foi feliz” (trecho da música Lembra de mim- Ivan Lins), quantos trotes, quantos rock nós dois cantamos,a história, ou melhor a música da velha que todos os dias na saída da escola cantávamos, lembro do sonho de ser herói e salvar o mundo de um vilão, nossos heróis foram passados para outra geração, aquele sonho de ser craque ficou só mesmo nas peladas, e os rock's em papéis que não encontramos mais.
Agora, você se foi para um lugar distante, desconhecido e perverso; assim como são as cidades grandes, as metrópoles. Antes nos esbarrávamos pelos corredores e esquinas, hoje tentamos transmitir nossa saudade através de fios de micro-fibras, por instrumentos tão avançados quanto o nosso desejo de se encontrar. Lembro daqueles encontros para a perversidade, para caminharmos sem ter hora para chegar, e isso era o que nos fazia ser criança. Nossos pequenos delitos, mas que não fazia mal a ninguém, a não ser a nós mesmos. Era o que nos fazia ser moleques... Moleques que cresceram e que hoje se lançam nas ruas, nas cidades grandes, nas disputas por espaço, e que nessa "competitividade capitalista" às vezes somos forçados a sermos o que nós nunca fomos; desumanos, ambiciosos e solitários. Vejo que é difícil crescer e continuar a ser criança, mas sei que lá no cantinho esquerdo do peito ainda há uma impulsividade, que grita a cada dia que vejo uma criança brincar.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

VIDA CRÔNICA


O álcool que vivo, e a vida que bebo todos os dias não me fazem se quer conhecer o arrependimento de tudo o que deixei de fazer. As noites em claro, e os dias de sol; só me fazem entender que tudo às vezes é nada. E que nada nas mãos e nos bolsos podem ser o suficiente para nos livrar do flagrante. Degradante mesmo é saber que andar limpo, nem sempre é suficiente pra nos manter vivos. O mais engraçado é que tudo o que digo agora não passam de palavras pensadas; frases, que letra por letra se tornam palavras feitas e repetidas. Quando decidi levar essa vida eu sabia do risco de ficar pra trás, eles não suportam ninguém que pense ou que saiba existir. Busco no fundo de garrafas, e em olhares pelos corredores um jeitinho pra sorrir, um jeitinho pra combinar as palavras. 
Descobri na dor uma maneira para não sofrer por amor. Encontrei, em uma mesa você! Linda maravilhosa, e espumante me chamando para bailar, me chamando de meu bem eu não resisti e cai de boca, besteira não faz mal. Senti na ponta da língua a quentura do seu corpo, a frieza do teu beijo. Provei você! E você não era igual a todas que já passaram pelos meus lábios, você tinha alguma coisa de diferente, não sei o que era. Será que foi a vontade, o desejo, ou será que será o novo que estará por vir? Há alguns minutos, quando lhe deixei eu voltei pra casa pensando se você saberia viver sem mim, e que ser escroto é eu, pois no mesmo instante alguém parecido com você me encontrou e me convidou para irmos. 
O lugar era outro, o corpo era frio. Minha língua a provava e nem se lembrava de alguém que já ficou pra trás, mesmo sabendo que serão assim todos os dias. Em cada esquina, um olhar e um desejo, em cada esquina uma vontade diferente de lhe colocar na boca e provar você, até adormecer os dentes. Que vida é essa, quem eu era antes de você, meu Deus me ajude, meu senhor o que vou fazer, já sei, lembrei! O Raul já dizia quem pensa, pensa melhor parado, e eu completei dizendo, “e bebendo” (Quem pensa, pensa melhor parado e bebendo). Coincidência porque quando pensei isto, pensei em um momento raro da minha vida, pois eu estava bebendo. Existem algumas filosofias de boteco que diz, a gente só leva da vida o que come e o que bebe. 
Mentira, pois a cada copo a gente vai ao banheiro e logo tudo fica pra trás. Antigamente eu tinha o zelo por elas, mas aí conheci o Raul em uma dessas viagens, ele dizia que quem gosta de uma, logo vai gostar de todas, porque todas são iguais. No mesmo momento eu pensei e entendi o porquê a cada esquina, a cada bar eu esquecia todas que conhecia. E naquele momento, olhava pra sua boca me dizendo que tudo foi porque não me conhecia, mas e agora vendo você nesta mesa linda maravilhosa e pulsante só me dá vontade de me mostrar só pra você.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma Vez Flamengo Sempre Flamengo !!!

Deixa rolar, essa lágrima que insiste em cair
Por que lutar contra isso, é natural não é?
É a tua força que te faz valer
Não adianta mais, pois a tua fama já se espalhou
Não há lugar no mundo que não tenham ouvido o teu nome
É a tua história o que te faz forte, bravo, guerreiro e lutador
Não adianta porque “OS OUTROS” só existem para te exaltar
A tua cor é o que te faz ser o mais amado
Os teus guerreiros desarmados, ainda sim irão lutar
Chora o teu adversário que não sabe o que fazer
Te vendo ganhar, te vendo vencer
E não adianta querer controlar a lágrima, pois ela é verdadeira
Não adianta, pois o teu brilho vai muito além dos mares
Muito além das quatros linhas
Fecho os olhos e ouço o grito de gol ecoar pelos estádios
Pelas ruas e avenidas
Pelas ruas e asfalto
Pelas ruas e pontes
Pelas ruas e favelas
Pelas ruas e palafitas
Pelas ruas e campos
Em cada canto do mundo
Em cada viela e beco
Todo mundo veste rubro negro
Não será uma, duas, três ou mil derrotas que irá nos fazer desistir
Nada conterá esse grito preso na garganta
O grito de campeão se ouvirá por todos os cantos
Pelas ruas tu és o grandioso
No asfalto tu és o brilho que mais reluz
No campo tu és a estrela camponesa
Nas favelas tu és o esplêndido
Nas palafitas tu és o imponente
Pelo mundo tu és o gigante
Pois, só há uma verdade nessa vida
A qual todos nós abraçamos dizendo
Uma vez flamengo sempre flamengo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

POEMA

Saudades do que ainda não fui
Insegurança do que poderei ser
Lembranças de um tempo em que pensei ter
Tristeza do que acabei sendo
Sonhos de quem fui um dia
Quando nem sabia que já te conhecia
Vontade de voltar no tempo, e fazer tudo de novo
E recriar nosso lugar, na inocência de amar
Sentir o medo e a insegurança do primeiro beijo
Duas crianças perdidas se encontrando as escondidas
Pra poder provar tudo o que o coração dizia
Quando tudo era amor e a agente nem sabia
Saudades daquele lugar que nem existe mais
Hoje, ele é mais uma casa bela e chique
Tão triste e tão vazia, e que nem sabe, e nem cabe a imensidão do que fomos um dia
O coração batia em uma nota só, ritmado pela emoção de saber que amanhã agente iria voltar
Sem saber que o tempo iria chegar, e te levar com ele pra nunca mais voltar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Diga Lá Meu Coração

Eu sou apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior, mas trago de cabeça uma canção do rádio, de um antigo compositor cearense (Belchior) que diz amar e mudar as coisas me interessa mais, porque a vida "realmente" quer dizer, a vida ao vivo é muito pior; e o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual.
            Mas, para que se preocupar com isso se a vida é uma aventura da qual nós não sairemos vivos dela. Deixando a profundidade de lado eu quero ficar do teu lado, fazendo tudo e de novo e dizendo sim a paixão, morando na filosofia. Mas quando a vida nos violentar pediremos ao bom Deus que nos ajude, falaremos para vida, vida pisa de vagar meu coração. O meu coração é frágil, meu coração é como vidro, como beijo de novela. Mesmo assim você vai lembrar de mim, dos beijos que escrevi nos muros a giz, os mais bonitos continuam por lá, documentando que alguém foi feliz, "eu fui feliz" e por quase um segundo eu acreditei em nós dois.
Mas, tudo bem... Mesmo sem te ver acho até que estou indo bem, para ser sincero só um pouquinho infeliz, mas tudo bem... até a lua se arrisca no palpite de que o nosso amor existe: forte, fraco ou triste...As vezes me dá vontade de gritar que apaixonado eu sou, e meu pensamento só tem um momento de fugir em um disco voador... Vamos andar... Os filhos de Bob   Dylan, clientes da Coca-Cola, nós que fugimos da escola, voltamos todos para casa.
Uns queriam mandar bronca, outros, ser pedras que rolam aí “manei” entrou em cena e acabou tudo, e adeus caras bons de bola. Meu pai não aprova o que eu faço, tão pouco eu aprovo o filho que ele fez, sem sangue nas veias, com nervos de aço, dispenso o abraço que me dá por mês. Eu quero mesmo é que a minha voz saia do rádio e no alto falante, e que você possa me ouvir no quarto de pensão beijando um estudante.
 Para você que tem que trabalhar bastante escute e aprenda logo a usar toda essa dor, quem teve que partir para um país distante não desespere da aurora, recupere o bom humor. A solidão que dói dentro do carro, gente de bairro afastado onde anda o meu amor, e a noite em minha cama quando for deitar minha cabeça, eu quero ter daquela que me ama um abraço que eu mereça; e o amor quando trouxer a luz do dia, faça com que o sol apareça sobre a América do sul. Entretanto, não cante vitória antes do tempo, porque as lágrimas dos jovens são fortes como um segredo e pode fazer rejuvenescer um mal antigo. Vida, vento leve-me daqui...
  Dentro do carro sobre o trevo a cem por horas, só tenho agora os carinhos do motor, e tudo o que quero é só dançar para o meu corpo ficar odara, para ficar tudo jóia rara, rapte-me cama-leoa, adapte-me no seu ne me quitte pas. Pois, saiba que um home também chora menina morena, também deseja colo, palavras amenas, precisa de um abraço...É triste ver tanto meninos, tantos homens escravos de outros homens... Daqui eu vejo que eles sangram, se humilham, se matam, se morre se roubam o seu trabalho... Pois, está faltando emprego nesse meu lugar; eu voltar pro norte semana que vem Deus já me deu sorte, mas tem um, porém, não me deu a grana para eu pegar o trem. Preta, pretinha assim vou lhe chamar assim você vai ser.
Enquanto corria a barca eu ia lhe chamar, por minha cabeça não passava só, somente só assim vou lhe chamar; preta, pretinha. Abra aporta e a janela e vem vê o sol nascer, eu sou um pássaro que vive “avoando”, vivo “avoando” sem nunca mais parar... aiai !!! saudade não venha me matar.
  Você não sente e nem vê, mas eu não posso deixar de dizer meu amigo que uma nova mudança em breve vai acontecer, e o que algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo e precisamos todos, todos rejuvenescer. Nunca mais eu convidei minha menina para correr no meu carro, loucuras, chiclete e som. Nunca mais você saiu às ruas em grupo reunido, o dedo e "v" cabelo ao vento, amor e flor, aquele cartaz... Onde estava escrito: "Nessa nossa vida de revolucionário a morte é um acidente freqüente” (Che Guevara) no presente a mente, o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não nos serve mais...
Mas eu não posso deixar de dizer meu amigo que uma mudança em breve vai acontecer... Já aconteceu comigo, pois eu já não sou mais o mesmo de antes... Hoje, o meu medo não é mais só de avião, e foi assim que eu segurei pela primeira vez a tua mão.
Já faz tanto tempo que eu estou longe de casa que até o meu blusão de couro já se estragou, e ouvi dizer no papo da rapaziada que aquele amigo que embarcou comigo, já se mandou, e a mulher que eu amei, não pode me seguir... Nesses casos de família e de dinheiro eu nunca entendi bem. Até parece que foi ontem a minha mocidade, agora eu quero tudo, tudo outra vez, pois são as coisas dessa nossa vida tão cigana, caminhos como as linhas dessa mão, vontade de chegar e olhe eu chegando, e vem essa cigarra no peito, já querendo ir cantar em outro lugar, o que nos faz chorar e não apenas só os beijos de novela.
Diga lá meu coração da alegria de rever essa menina e abraçá-la e beijá-la. Diga lá meu coração conte as histórias das pessoas nas estradas dessa vida, chora essa saudade estrangulada, fale sem você não há mais nada, olhe bem dentro dos olhos da morena e veja lá no fundo o brilho daquela primavera, passe as mãos nos seus cabelos negros, diga um verso bem bonito e de novo vá embora.
Diga lá meu coração que ela está no meu peito e bem guardada e que é preciso, mas que nunca prosseguir... Espere por mim morena, espere que eu chego já, e de novo escute... Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando, coração na boca, peito aberto vou sagrando. São as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando, e tudo o que eu cantar esteja certa que estarei vivendo, e se eu chorar e o sal molhar o meu sorriso não se espantem cante que o teu canto é minha força para cantar.
   Enquanto isso da janela lateral, do quarto de dormir vejo uma igreja, um sinal de glória, vejo um muro branco e o vôo de um pássaro, vejo uma grade e um velho sinal. Mensageiro natural de coisas naturais, quando eu falava dessas cores mórbidas, quando eu fala desses homens sórdidos, quando eu falava desse temporal, você não escutou; mas isso é tão normal... Mas, saiba que é preciso saber olhar pela janela lateral, enxergar por outro ponto de vista, triste, porém real. Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores! Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve e como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora.
Ai, eu quero chegar antes para sinalizar o estar de cada coisa e não acredito que esse estado de coisas seja o único possível, quero filtrar seus graus. Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone e vendo doer à fome nos meninos que têm fome... Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela? Quem é ela? "Só me diga o que for bom"!!! Quero ir para casa, não vejo minhas coisas desde o começo de Abril, tem um relógio velho parado desde começo de Abril, tem uma menina que eu encontrei na estrada dizendo que volta comigo, para descansar da vida que agente escolheu.
Já chegou para mim o momento em que você levanta e acha que fez a primeira parte de tudo que queria, e agora chegou sua vez... De plantar raízes da terra de onde veio; tirando vida nova do chão, e logo você volta para estrada, para vê o que ainda não viu. Noite, à noite na semana o meu coração me chama para dizer que você regressou. Compadre meu, esse meu pressentimento não é coisa que o momento fabricou compadre... Quem já tem tanto dinheiro pode bem pensar primeiro na mulher, no filho e no amor. Nem posso ver, eu menino nessa idade respirando o que a cidade envenenou. Quero que você me faça um favor, já que agente não vai mais se encontrar, cante uma canção bem fácil de guardar.
Pois, apesar das minhas roupas rasgadas eu acredito que vou conseguir uma carona que me leve pelo menos à cidade mais próxima, aonde ninguém vai me olhar diferente, quando eu tocar na minha velha guitarra as canções que eu conheço. Eu tinha apenas dezessete anos no dia que sai de casa, e não “faz” mais que duas semanas, mas encontrei tantas pessoas tristes desaprendendo como conversar, e parece que eu estou carregando os pecados do mundo, e para superar canto uma canção bonita falando da vida em Ré maior, canto uma canção daquelas de filosofia e mundo bem melhor, canto uma canção que agüente essa paulada e agente bate o pé no chão, sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não.
  Canto o que não silencia, é aonde principia a intuição. Com ou sem licença o sol rompe a barrada á noite sem pedir perdão, canto uma canção como Poema do Cazuza e do Frejat, minha canção. Faça uma lista de grande amigos, quem você mais via “há dez anos atrás”, quantos você ainda ver todos os dias, quantos você já não encontra mais, faço uma lista dos sonhos que tinha, quantos você desistiu de sonhar, quantos amores jurados para sempre, quantos você conseguiu preservar.
Onde você se reconhece, na foto passada ou no espelho de agora. Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos segredos que você guardava, hoje são bobo ninguém quer saber, quanta canção que você não cantava, hoje assobia para sobreviver "O que eu tenho dentro do meu coração, eu tenho guardado para te dá..." O fato é que agente perdeu toda aquela magia, a porta dos meus quinze anos não tem mais segredos, e velha, tão velha ficou nossa fotografia...
  Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio e que já não dá mais para engolir, descobrindo que a solidão é fera, a solidão devora; é amiga das horas, prima, irmã do tempo e faz os nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso no meu coração... Quando o navio finalmente alcançar a terra e o mastro da nossa bandeira se enterrar no chão, eu vou poder pegar na sua mão, falar de coisas que eu não disse ainda não, coisas do coração...
   Quando agente se tornar rima perfeita e assim virarmos de repente uma palavra só, igual ao nó que nunca se desfaz... Somos a resposta exata do que agente perguntou, entregue a um abraço que sufoca o próprio amor, cada um de nós é o resultado da união de duas mãos coladas em uma mesma direção; Coisas do coração. O que eu não posso é entender tanta gente aceitando a mentira de que os sonhos desfazem aquilo o que o padre falou.
Tenho vinte e cinco anos de sonhos e de sangue; e de América do sul, mas se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você sonhava de olhos abertos lhe direi amigo eu me desesperava. Mas, antes de tudo se acabe, eu, apenas queria que você soubesse que aquela alegria ainda está comigo e que minha ternura não ficou na estrada, não ficou no tempo preso na poeira,  eu apenas queria que você soubesse que esta menina hoje é uma mulher e que essa mulher é uma menina que colheu seu fruto, flor do seu carinho. Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta, que hoje eu me gosto muito mais também, e que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora, é se respeitar sua força e fé, se olhar bem fundo até o dedão do pé.




Quando Você Me Falta


Hoje, me faltou inspiração, me faltou tudo aquilo o que não tenho
Apesar de tudo, foi o nada por dizer que me salvou
E que me fez falar agora às coisas que guardei um dia pra você
Não sei como irão sair, não sei se vão rimar, ou se vão ser somente frases ocas sem emoção
Coloquei na vitrola a nossa canção pra ver se ajuda, mas parece não adiantar
Hoje não é dia de poesia
Hoje não é dia de luar
Será que hoje não é dia da poesia nossa?
Nada mais é como antes, quando era só fechar os olhos e tudo vinha em ritmo de bossa
Apesar de tudo eu tento, vou sangrando minha emoção
Faço tudo e depois apago rabiscando todo o meu Word, e logo volto ao começo
Será que todo poeta é assim, ou só quando não bebemos?
Vinicius dizia “cadê o meu cachorro engarrafado”?
E o que eu tenho agora é só a pressa, e no fundo acho que mereço
Mas, só por hoje eu peço ao “deus” que me ajude que me der inspiração
Afinal, está na hora de Poesia nossa de cada dia
Às vezes é um deus nos acude, um valei meu são Francisco
E a fé é o que nos resta, será meu “padim ciço”?
Tô começando a acreditar que é o fim da minha poesia
Será que todo poeta é assim, ou só quando não bebemos?
Vinicius dizia “cadê o meu cachorro engarrafado”
Não sei como é com os poetas, mas pra mim é preciso te ver, pelo menos uma vez por dia

E Que Tudo Mais Vá Para o Céu

Já andei mais distraído, e ansioso com a novidade que sempre vinha parcelada, quanto sofrimento nesse peito seco de piedade, quantas vezes batesse sem pra que, nem por quem? Perdi a dureza que blindava meu coração, em um simples olhar, tão claro quanto à noite em dia de lua. Hoje, “amar e mudar as coisas me interessa mais”. Há quem fale de amor, sem nunca ter se dado, sem nunca ter dito meias palavras. Ele veio, para pedir migalhas, sei lá nem lembro quanto, só lembro ter dito não. Mas, um homem com fome, não hesita, nem mente. O pior é que não era só uma barriga, eram tantos estômagos famintos, que tudo aquilo era pouco, pois só serviria para fazê-los dormir.
E você @Maany92 ainda me fala em deixar com que pessoas vivam suas vidas pequenas, e aonde chegaremos sonhando assim? Lembro-me um dia ter sentido fome, devido a minha estúpida mania de dependência, e fiquei esperando alguém que me desse comida, mas esse pouco tempo me serviu para saber que realmente existe um diabo, ou um deus, não sei, já não faz tanta diferença; afinal eles estão sempre juntos, nessa chata história de cordel globista.
Pela janela do carro, eles transitam, pra lá e pra cá. Disputam espaço com os carros, e os bichos no lixo. E de repente o espanto na cara de quem ver seu monstrinho preferido agir por fome. Então me diga por que não? Só porque não foi você quem pariu, ou porque não fez? Não faz tanta diferença saber quem é o culpado, o que importa é onde você estará quando tudo quiser acabar. E você ainda vai cantar o hino nacional, de peito aberto, só sei que eu quero é não fazer parte de um quintal sujo e violento. É muito mais fácil, se esconder por trás de vídeos, shoppings e televisão, enquanto comer não é nem um direito básico, direito garantido pelo livro da capa verde.
E eles ainda cantam amor para sempre vou te amar... (Que saco). Eu espero algo que me tire dessa miséria, eu só quero poder dizer “tudo azul, completamente blue” e eu agradeço por sempre perder o juízo, em pleno carnaval. Todo mundo sabe que se correr o bicho pega, se ficar a polícia toma, então cuidado ao anoitecer, cuidado com o sonho perdido daqueles olhos frios e famintos, pois um homem com fome não hesita, nem se nega.

Poesia Para Minha Morte

Eu quero está parado vendo o flamengo jogar e que lá fora nas ruas não tenha silêncio para que os meus inimigos não ouçam o meu grito. Não quero está sóbrio, pois não quero partir careta, e nem reclamando da vida. Não quero pedir perdão, pois só a mim cabe a decisão de sorrir ou de chorar, e que até a hora de minha morte eu seja feliz.
Vou lembrar tudo o que eu fui e de tudo que sonhei ser, das noites de frio em que sozinho eu chorei e que inspirado escrevi, meus tão melosos versos de amor. Eu vou está sorrindo quando você vier me visitar. No seio dos meus pais eu vou querer está. E que ainda acordado direi: mãe, pai eu sou muito feliz, pois fiz tudo o que eu sempre quis, e não deixe que essa “desconhecida” lhe faça esquecer o meu sorriso e nem da minha gratidão pelo amor que recebi.
 Minhas coisas no armário vão estar sempre lá me esperando, minhas roupas doem aquém a possa usar, só guarde aquela “que tem cheiro de flor“ que tanto vesti, pois não quero que vocês me vejam em ninguém. Guarde os discos de Belchior, pois eu estarei em cada palavra que ele disser “viver é melhor do que sonhar” http://youtu.be/RhcxFNTDC5w. Meus livros doem a quem ainda não sabe ler e que com eles, elas possam ser alguém melhor do que eu fui. Antes que a minha última lágrima caia lhes deixo um recado: não morra por mim, eu não sei se eu valho apena.
A vida é um estado de inconsciência e que só agora eu vejo que é a morte que nos traz a consciência. Não levarei rancor e nem tristeza de nada ou de ninguém, mas se eu pudesse ficar eu ficaria mais um pouco, para poder ver o sorriso daquela menina que vem e que passa, e dela levarei apenas a saudade do que não fizemos, e do que nunca fomos. Farei da despedida um encontro e quem sabe na hora eu não convença a morte de que lá fora há alguém na vida mais careta que eu, farei piada até assim!
Só precisarei de cinco minutos com o “deus”, para lhe mostrar que eu tenho que ficar um pouquinho mais, tenho apenas vinte e cinco anos, e enquanto tem tanta gente lá fora, sonhando, chorando, com vergonha da vida, e vendo televisão, eu já amei e desamei, fiz do sexo um esporte e da minha vida diversão.
Se em algum dia quiseres me ver, ligue a vitrola no último volume, e grite junto com a aminha canção “A felicidade é uma arma quente”. Não sei se irei sentir falta de tudo, mas levarei comigo a certeza de que nada no mundo é melhor do que viver. Nossas festas, nossos sonhos, nossos cigarros, nossos encontros, nossas fugas... Chegarei lá em cima cantando, com a minha voz rouca e desafinada um Rockhttp://youtu.be/1S_StdlJ7VA, e que os anjos se fodam com as suas sinfonias melancólicas.
Talvez lá em cima eu me converta, e seja mais um a torna-se careta. Mas, antes do fim, eu vou querer tentação no caminho, e o perigo que corre os amantes, vou querer a certeza dos loucos em vez da verdade criada e enlatada pelos donos do sistema