quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Nem Tudo São Luzes

Há quem faça as contas
Há quem vá as compras
Quando mais um ano chega ao fim
Hora de escrever cartões
Hora de rever os planos
Mais um ano chega ao fim

Que venha em paz o ano que vem, que venha em paz o que o futuro trouxer
(Humberto Guessinger)

As famílias se organizam na mesa de jantar, tudo muito lindo. As portas estão abertas, mas esperam que ele venha pela chaminé; graças ao romantismo europeu. Nesse dia as crianças não vão dormir, todo mundo aceso; e as luzes a piscar em árvores artificiais. O mundo em instante irá desejar feliz natal. Todo mundo se abraçando, comemorando mais um ano que chega ao fim, como as canções de Bob Dylan (http://youtu.be/kSIwOom_Fo8), cheia de coisas para contar e histórias que sobraram para o (a) próximo!
O bom velhinho certamente não irá visitar todos, não irá se arriscar ser assaltado, ou mesmo vitima de latrocínio. Até porque no seu saco não deve ter comida, apenas brinquedo da "Estrela", para meninos sofisticados que já operam máquinas ultra-secretas, que só existem nos seus quintais Hollywoodianos.
Eu como um estudante aplicado (nunca fui, e não gosto dos bons modos) fui estudar, tudo tranqüilo pelas ruas, nada de arrastões. A cidade de Maceió em clima de confraternização. As lojas cheias de piscas, os vendedores vestidos a rigor das comemorações. Peguei meu ônibus para o Alagoas Cursos. E quando estava atravessando a praça centenário, ao lado de quatro jovens senhoras que carregavam sacolas de presente, pareciam que vinham do encerramento de suas atividades. E em contra partida três crianças de pés no chão, negras e famintas. Pediram alguma coisa a elas, e uma delas sorridente disse “esse aqui eu já ganhei”, e acriança de forma ingênua e espontânea perguntou: “Ei aonde é que estão dando”. Elas saíram rindo, sem maldade; eu acho! Na hora quando ouvi aquilo, lembrei do espírito natalino, das festividades, e do amor do velho Noel. Não estou dizendo que elas devessem dá o presente para as crianças.
Estava decidido a escrever só no próximo ano, para evitar o derramamento do melancólismo cristão. Mas, foi inevitável, é como chegar em casa e não ligar o computador no melhor canal; o Facebook. Afinal é aqui que todos se encontram, não é? Lá em casa nunca fomos de festejar o Natal, costume mesmo, ou influência da igreja dos meus pais, não sei, só sei que prefiro o carnaval.
Mas, quando chegar a doce noite, irei ficar esperando o papai Noel para contar o que vi, e quem sabe ele não dar uma passada lá na praça, e faz mais uma caridade? Certamente, aquelas crianças estarão por lá até mesmo no réveillon, assistindo a bela capital maceioense se abraçar e dizer feliz natal. Eles estarão olhando as vitrines cheias de guloseimas e brinquedos, que nunca poderão ter! Que sentimento fingido é o natal. Antes do fim, peço ao bom velhinho que neste natal, não encha o meu saco!