quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Com a Ponta do Dedo


Com a ponta do dedo eu escrevo o teu nome
Desenho o teu rosto, rabisco os teus sonhos.
Com a ponta do dedo eu te mando um beijo
E sonho...

Escrevo cartas e guardo
Escondo de mim no dia seguinte
São muito sinceras, poetas não amam.
Se amarem se tornam mortais

Com a ponta do dedo eu te acordo
Toco sua boca e rio
Prendo sua respiração

Com a ponta do dedo te escrevo
E falo da minha saudade
Com a ponta do dedo te faço sorri

Com a ponta do dedo eu me despeço
Mando um beijo
Aponto a direção

Com a ponta do dedo te mando um abraço
Falo da minha saudade
Apago as luzes e volto a dormi


Este poema é em especial a uma pessoa que
por muito tempo fez e faz e sempre fará parte da minha vida, principalmente dos melhores momentos dessa minha vida tão miúda.
JG281427.

Recomeçar nº2


Estou no trabalho, acordei tarde e antes de abrir os olhos eu pensei em tudo o que precisava lembrar. Lembrei-me de nós dois e daquelas tardes na sua casa , dos dias em que quase enlouquecíamos planejando o futuro. A minha barba já faz parte do meu rosto e a melancolia está em alta no meu gosto poético. Não quero ser patético, mas sinto muito a sua falta. É uma coisa incrível! Nós tínhamos o mesmo rosto, o mesmo gosto, nós éramos uma só pessoa. Você sempre foi o meu refugio, o meu altar; quando o mundo ameaçava desabar, eu corria pros teus braços e lá ficava até tudo se acalmar. Você sempre se fez forte, sempre te admirei e talvez eu nunca tenha dito isto, como também me calei em outras vezes diante das suas virtudes.
Estou tomando café, na verdade tenho tomado muito café. A tarde está fria, o ar me deixa congelado, tenho alguns afazeres, mas decidi voltar a escrever e quem sabe você até leia, mesmo sem me dá resposta. Sinto falta das pequenas coisas, penso no que devo mudar em mim enquanto caminho na rua.
Quando acordei, decidi reparar minhas asas e alçar voo, sair de mim por uns dias, buscar a fuga da realidade e recomeçar.
Não é fácil viver tudo de novo! Fazer as mesmas coisas, cometer os mesmos erros e viver outras alegrias. Você me disse que cada romance é algo especial, prefiro ficar com a idéia de que algo especial só existe uma vez. Você ainda continua sendo especial, alguém que me arrasou quando partiu. Confesso, nunca acreditei que minha literatura iria descer tanto ao ponto de ser melancólico e romancista de mais, sempre adorei o sarcasmo e acidez dos versos dos poetas malditos.
Também confesso que todo dia faço planos e leio muito, faço planos e tento respirar.
É estranho perder alguém, é muito difícil acreditar que o tudo agora é quase nada e “que nada nos protege de uma vida sem sentido”.
Deixa eu te confessar, comecei ontem a torcer pro seu time. Não tem graça vê-lo perder, se não tiver você por perto pra te zoar, pra te ver zangada comigo. Sempre gostei de te tirar do sério. Agora vivo mais sério, mais calado, menos otimista, mas ainda sou flamenguista.
Ontem senti muita febre durante a madrugada, a última vez que senti dor de ouvido, foi pra você que eu liguei e talvez você nem lembre, mas se lembrar obrigado. Nunca mais ouvi nossas músicas elas estão guardadas em uma pasta do meu computador que chamei de 28 de Junho, sei que vai entender.
Faltam poucos minutos pra sair do trabalho. Na volta pra casa me espremo na janela pra ver se vejo o seu rosto. Mais um dia e tudo se repete: acordo: tomo café da manhã, almoço na rua e venho para o trabalho. Escrevo e leio muito.
Dizem que um dia a gente ri muito de tudo o que foi tristeza, eu diria que não. Como diz o poeta “os ignorantes são mais felizes”.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Por Aí...


Escrevo como se escreve para eu mesmo ler. Em cada palavra as impressões da vida, das coisas pequenas, coisas que passam despercebidas todos os dias por milhões de pessoas. Hoje fui à livraria e quase comprei a biografia da Clarice, na verdade fui para comprar “O Diário de Um Combatente”, mas esbarrei com as maravilhas da Ucraniana. Tenho passado horas lendo cada palavra sua, vendo fotos e a imaginando nos dias de hoje. Estou ouvindo Humberto Gessinger, enquanto escrevo.
Fiz muitos planos esta semana, planos de mudar aquilo que já não me serve mais. Coisas em excesso que carreguei a vida toda, até que me serviram de pontes para que eu chegasse até aqui. Mas, se assim foram, já cumpriram o seu papel. Às vezes me falta coragem para dizer tudo o que penso e o que estou sentindo, converso comigo mesmo enquanto caminho para o trabalho. Lembrei-me do que não tenho conseguido esquecer, lembrei o quanto você é importante para mim. Lembro que era para você que eu ligava para contar as boas e as más novidades.
É estranho, mas eu mesmo me respondo, eu mesmo me debato em silêncio.
Hoje, uma conversa amiga me aliviou um pouco, me trouxe um pouco de paz. Estou melhorando, já consigo até sorrir. Mesmo que no fundo, no fundo eu quero que aquela conversa chegue até os seus ouvidos, e que depois o mesmo mensageiro me traga noticias boas. Quero saber o que você achou e o que pensou. Mas, não sinta pena, não me faça mal. Chove pouco, tudo está suspenso, nada me atrai.
Como será quando tudo isso passar, quando eu tiver na rua e me lembrar desses dias? Mas, volto a confessar, não quero que nada passe, quero tudo em carne viva. Tenho tantas coisas, “mas quando eu mais preciso, eu só tenho você.” Nada mais me serve, tudo é superficial, leve demais pra carregar. Vou jantar, estou muito magro e sem apetite. Na televisão as coisas são muito fáceis.

Bom, tudo o que posso fazer é continuar vivendo nesse meu mundinho, fazendo minhas coisas pequenas... Acordando, lendo muito e indo trabalhar. Minhas músicas estão mais tristes, só tenho ouvido o “Burguesia”, na verdade sempre gostei dele e do “Por Aí”. Acho que as pessoas só são verdadeiras quando estão por baixo, em baixa, no maior baixo astral.
Sexta feira eu vou ao cinema assistir o “Febre do Rato, dizem que é legal, também se não for não me faz mal, aliás, como diz o Renato “Hoje nada mais vai me ferir”. Incrível, como escrevo tão rápido, acho que é melhor assim você nunca vai lê mesmo, se lê não me irá dar resposta. Contudo, se cuida e tenta se manter limpa e honesta, nossa simetria é incrível, acho que foi o que nos uniu esses anos. Abraços preciso voltar aos estudos, agora vou ouvir Clara Nunes, eu sei que você gosta. Beijos.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Recomeçar - nº 1.




Agora antes de sair de casa, eu fecho os olhos e penso: preciso voltar
Dou cada passo de forma cautelosa, pra não me acidentar e não me perder no caminho
Ando nas ruas observando aquilo o que todo mundo vê, e o que ninguém vê eu fotografo e levo pra casa, faço molduras de papel reciclado.
Não faço nada que não esteja no mesmo roteiro, nada que altere meus dias e que me exponha ao ridículo.
Confessei ontem ao espelho que tinha medo, confessei, pois sei que ele nunca irá contar pra ninguém. Ninguém saberá que sou humano.
Ponho as mãos nos bolsos e saio, me protejo da chuva e do sol, evito ficar mais doente, evito perder noites de sono, evito perder tempo.
Escolho as músicas que ouço enquanto cozinho, enquanto fico deitado no ninho, fugindo do frio.
Aos poucos  fui me descobrindo uma pessoa solitária, uma pessoa com vocação pra sofrer, pra ficar em casa enquanto todo mundo está na rua fazendo da vida uma festa.
Não é que a vida não preste, é que hoje eu descobri que é preciso recomeçar
Tirar o pé da lama.
Inventar romances, inventar uma alegria, qualquer uma que me deixe mais vivo e que aos poucos, eu possa ir perdendo este meu semblante de morte.
E quem sabe talvez eu me descubra o sujeito mais forte, mais viril, alguém capaz de recomeçar quando todo mundo se desgastar e for pra puta que pariu?
Passo horas vendo TV, procurando noticias no computador, não tenho mais saco pra ficar no bate papo.
As pessoas não se mostram como são, fingem ser heróis, fingem ser amantes e na verdade só querem passar o tempo.
Mudei o meu papel de parede, pus um cara legal, que  tem otimismo. Tem força e tal.
As minhas roupas foram rasgando aos poucos, substituído quase tudo, apenas deixei a que ganhei de presente.
Não é mudar por ninguém, mudar por nada é mudar por mim.
É me ver além do que eu mesmo imagino, é recomeçar quando for preciso. E hoje, eu preciso voltar ao inicio, e dizer até mais.
Lembro de ontem, como se fosse hoje, mas não preciso repetir as palavras, os gestos banais de alguém, que em meio à loucura parecia incapaz de mudar, de recomeçar.
Então:
Todos os dias agora eu tomo café da manhã
Ponho um bom disco e danço até não querer mais
Depois vou pro banho e passo horas na ducha
Digo a verdade por telefone
Pouco me importa se faço as coisas na cara dura
Vou a sebo e compro livros e discos usados
Adoro ver as dedicatórias
Leio muito hoje, mas do que antes, mais do que preciso
Não nego, escondo o sorriso, não o dou a todo mundo
Não sei quem são meus inimigos
Perdi o bom censo e o equilíbrio
Procuro buscá-lo em outras filosofias
Ainda me falta um deus, alguém capaz de me dá fé
Comecei ontem a ouvir jazz
Passo horas olhando as variadas cartas que mandei
As juras de amor que fiz, e que hoje não sei aonde se foram
Vou trabalhar...
Recomecei um velho hábito
Perdi outros, encontrei antigos romances
Mas, não quero nenhum
Preciso de tempo, pra recomeçar
De sexo talvez, mas não dessa vez
Irei me doar
Ainda ouço o Clube da Esquina
Leio Drumond e Clarice Lispector
Mas prefiro o Pessoa e Kerouac
Não tenho manias
Tenho dinheiro
Um pouco talvez, mas dá pra ir ao cinema todas as sextas
Adoro beber  wihski, mas não bebo mais nada
Passo horas em casa vendo TV
Tenho outros amigos;
Todos parecem legais, alguns nem faço questão de encontrar e outros nem quero lembrar
Não tenho tesão em ir pras noites, ficar horas em pé de copo na mão
E tudo o que faço é recomeçar
Trilho novos caminhos, novos horizontes
Comecei a fazer planos pro futuro, antes nem isso eu fazia
Só perco tempo nos supermercados, olhando as mais diferentes embalagens de tomates
Nunca entendi o porquê, mas faço mesmo sem saber pra que.
Recentemente, comprei o disco do Caetano, não é tão legal
Prefiro os antigos, o "Transa e o Jóia".
O primeiro é antes do exílio e o outro depois,
Leio a biografia do Bob Dylan e do Ernesto Guevara
Decidi fazer minha primeira tatuagem
Será a capa do disco “Alucinação” do Belchior
Curiosamente, meus gostos musicais não se alteram
Descobri que eles são meu ponto de equilíbrio
Descobri muitas coisas
Descobri o quanto podemos ser forte
O quanto tudo pode ser lindo e maravilho; portanto, prefiro a realidade
Estou limpo, não uso drogas, apenas leio muito
Fujo da realidade, ela nunca me fez bem
E continuo dando passos até o fim da rua e lá
Sempre recordo que preciso voltar pra casa, e volto.

30 de julho de 2012.
Escrito em  Memorial Pontes de Miranda.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Em Carne Viva


Hoje, dia 27 de julho de 2012. Tenho tido uma péssima semana, dias que parece não ter mais fim. Acordei, tomei meu café da manhã requentado, comi pouco. Liguei a televisão pra ver os gols, tomei banho e peguei o ônibus para o trabalho. Estou completando vinte e sete anos e um mês. Me sinto muito fraco, um cara que sabe muito bem disfarçar a dor que me dói, uma dor diferente das que já senti.
Deve há ver alguma coisa que ainda me emocione, alguma coisa que possa me arrancar um sorriso que não seja esse amargo e frio. A vida nos prega peça que às vezes é impossível de encenar, difícil de interpretar. Tudo bem, toda novela tem fim. Na vinda para o trabalho, ouvia uma música dessas imbecis, mas que naquela hora, ela me fazia muito sentido. Comecei observar nas pessoas o quanto elas estão perdidas, atordoadas com a nossa situação financeira, a insegurança que tem tomado conta de todo mundo. Coisas que não nos tem deixados dormi.
Na minha vida perdi poucas coisas, coisa que não me fez tanta falta, coisas irrelevantes. Mas, não sei o que me acontece hoje. Tenho dormido muito pouco, me comportado como louco paranóico. Fico horas olhando pro nada, imaginando o antes e o comparando com o presente. E vejo o quanto às coisas mudam em pequenas frações de segundos, o quando a vida é frágil. O quanto somos todos substituíveis e esquecíveis. O pior de tudo é ter coragem de expor aqui toda essa dor, que ainda está em carne viva. Esse meu coração de lata, não precisou de tanta força assim, para se abrir e perder todo o seu sangue e enferrujar meu sorriso amarelo.
Entre todas as coisas ruins, a pior é saber que agora um estranho ocupa o seu lugar, um lugar que foi sempre seu. Primeiro você é comparado com ele e no calor do momento ele se torna melhor que você. Se eu pudesse e tivesse uma vara de condão, desfazia todo o feitiço, começaria de novo. Reparava meus erros, media as palavras, usaria o meu bom censo, seria outra pessoa. E não um cara arrogante, fraco e feio que fui todos esses vinte e sete anos.
Me descobri um cara sem fé e sem poder nenhum para mudar nada  e nem ninguém. Um cara que tomava a cena de assalto e ria das piores desgraças, mas e aí o que sobrou desse cara, apenas a solidão. Apenas um lugar frio e vazio, não tem ninguém aqui. Sem motivação pra nada, a não ser pra pedir desculpas.
É (!) eu sei, que só um idiota para dizer tudo o que sente aqui, assim. Mas, ao mesmo tempo decidi dizer, fazer e ser tudo o que eu quiser, pois no fim de tudo, só no resta à solidão e nessa loucura e vertigem, não teremos nenhum amigo para dividirmos tudo. No trabalho estão fazendo alguns reparos na vidraça, há uma voz estranha, um assobio de uma música que não lembro o nome. Tudo é muito confuso. Hoje, o dia está frio e cinzento e estou escrevendo para passar o dia, as horas e até quem sabe a minha dor. Cheguei aquele estágio em que pensamos, vou me mudar; não quero mais ser a mesma pessoa que fui. Vou desistir, mas foi quando me lembrei da música que o cara assobiava, é uma de uma das mais novas bandas gaúchas que diz: “Não desista de quem deisitiu, do amor que move tudo aqui.”.
Por fim, irei enfrentar tudo de cabeça erguida, como se fosse uma criança que não carrega nas costas nenhum tipo de rancor e desilusão. Vejo que nada faz sentido, tudo o que dizemos para o outro é apenas força da emoção e da conquista, e logo tudo passa, tudo volta o que é a vida: amarga e fria.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Passado, Presente, Futuro... O Mel do Planeta (!)


Hoje, revisitando o passado com o meu saudosismo pessimista. Vejo que deixei tantas coisas pra trás e que, também deveria ter guardado outras, para agora montar meu quebra – cabeça. Mas, faz parte desse sentimento, uma culpa de estimação que cada um carrega sempre que visita o passado nas cartas, nos livros, nas fotos, nos discos e nas fotos com dedicatórias e as datas. Nelas os bons e maus momentos, eu guardo os bons e deixo os ruins no mesmo lugar que se encontram.
Do nada, ou melhor, por necessidade comecei a ouvir Legião Urbana, com o propósito de reaprender e aprender algumas músicas que irão entrar no repertório do tributo (se tudo der certo), e como é de praxe recorro às revistinhas, as famosas revistinhas cifradas; serve para tirar as dúvidas em alguns acordes, mas com a internet quem precisa de revistas (?). Mas, eu diria... Ainda prefiro o papel. E por sorte encontrei coisas que um dia fez parte de tudo o que sou hoje. Dedicatórias, com letras abreviadas que nem eu sei pra quem foi, ou pra quem seria tal música. Entre, todos os rabiscos do velho baú encontro em um papel amarelado parte de um plano que só existiu na cabeça e naquele velho papel empoeirado. Ir me aventurar em Minas Gerais, já não está mais nos meus planos, mas como teria sido essa aventura, aonde daria tudo isso. Em fim, como diz a cantiga dos P. do Sucesso “Eu hoje, joguei tanta coisa fora... (...) E lendo os teus bilhetes, penso no que fiz”...

terça-feira, 3 de julho de 2012

(S)em (e) (1) Coração




Tem uns caras na minha rua, que adoram sonhar
Ficam uivando pra lua

Querendo transar

Eles sabem que o amor

É o desejo de um corpo por outro

Ninguém ama sem sexo

Eu sei que não estou certo

Mas, não venha me classificar;


É lindo quem ama sozinho

Quem escreve poemas

Quem fica de porre

E morre a minguas

Mas, eu não tenho vocação pra sofrer;



Escrevo poemas de amor

Só pra aparecer

Não é o meu hobby

Mas,  fazer o "Q" (?);


Brinco de amor com as palavras
Invento amores, paixões e finjo sofrer

Há quem goste de fazer gols

De ficar de frente pro computador

De ir à praia e voar no topo das ondas

Eu adoro fingir que sofro de amor

É o que me faz lembrar de você;


Às vezes termino um poema e lembro

Alguém vai querer saber

Porque alguém que escreve poemas

Não sabe sofrer;


Não digo que é fácil escrever

Seja lá qual for o tema

Sexo, praia, cinema ou amor

O certo é que tudo acaba em poema

E cai como luva, pra quem adora sofrer.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dançando sem par


De repente, saltei pra fora (!)

Chutei a porta, quebrei as regras dos meses e das horas

Meu choro, meu dizer:

Cheguei e agora?

Lá em casa, todo mundo esperando noticias.

De olhos fechados, eu via o mundo como um palco, aonde brincar

Saltei pra vida sem chorar

Na verdade, sempre soube esconder o choro

Diziam até que eu ria

Mas, que ironia (!!!)

Ter que apanhar, pra poder ser feliz

Dias depois, “voltei” pra casa, agora fora da barriga da mamãe

Lá era melhor, mas já que estou aqui

Vou ficar por mais um tempão

Não quero saber de partir, sem dizer adeus

Nem partir sem seduzir a vida

É cedo de mais para mundo escurecer

Mesmo sem freio eu aprendi a chegar devagar, sem fazer alarde.

Mas, quantas vezes no silêncio da noite é o cachorro que late

Denunciando minhas peripécias

Não faz mal, é um dom da espécie (!)

Nasci no mês da fumaça, perto de São Pedro

De um santo massa, que soube me agradar

Só esqueceu que sou roqueiro e não sei dançar

A não ser quando perco o passo e deixo de te ver passar

Enquanto isso (:)

Meninos crescem e esquecem

Que já mais poderão deixar de ser crianças

E que trazem a esperança de quem sabe entrar na dança

E fazer da inocência um par.


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ventos de Maio


Já me cansei desses encontros
Não se culpe, não há um culpado
Se não o tempo...

Ele é quem causa o desapego a carne
Ou seria a repetição (?), seria o novo rosto que surgiu pela janela do carro (?)
Não sei.

Mas, não se culpe, pelo menos temos um passado juntos
E sempre que ver uma estrela riscar o céu, ou uma jovem senhora se arriscar em atravessar a rua, lembraremos (!)

Chegamos ao fim, completamos o ciclo
Saímos do casulo, precisamos voar
Dá asas a outros olhos, outros sorrisos, outros amores
Aproveitar os ventos de maio, bater asas, seguir o plano de vôo

Talvez, nos encontraremos nessas esquinas da vida
Em um palco, em um show qualquer
E quem sabe dizer um oi, arriscar um passo (!)
Se aventurar noite a dentro.

29/05/2012 - Praça da Paz - UFAL

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Recomeçar


Estou pelas ruas, nas grandes avenidas
Em ruas estreitas e vazias
Estou por aí, nessa Avenida Brasil
Trago a inocência de quem sabe ser feliz.

Driblando os desafios, chutando as pedras do caminho
Na cabeça uma canção me faz lembrar você
"E não vamos deixar ninguém atrapalhar o nosso cordão
Vamos em frente, vamos chegar de vagar"
Na timidez elucidada pela vontade de abraçá-la e beijá-la.

Estamos por aí, nas ruas e avenidas, esquinas e estradas afora
Vamos juntos nessa minha bagagem, alimentando a vontade de poder chegar
E ao fim da viagem, poder lhe abraçar a cada chegada dessas minhas passagens
Pelo carnaval da vida, apresentar  meu bloco “saudades, alegrias”  e poder dizer
O quanto às coisas mudaram desde que você partiu.

Nessas esquinas da vida ancorar, ficar nos teus braços
Ao fim de tudo acordar em um país distante 
E juntos, conhecer os caminhos dessa vida,
“Caminhos como as linhas dessa mão”, recomeçar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando o Carnaval Chegar


O que você vai fazer quando o carnaval chegar:
Sambar no escuro
Pedir desculpas, fugir pela janela (?)
É apenas um samba tropicalista
Não vale apena ser a isca da traição
Deixa que passe o frevo
Eu sei que os seus pés querem segui-lo
Mas, é apenas vaidade de um corpo inteligente
Quanta gente lá pulando
E você aí firme e forte
Parece até a morte
Sambar no escuro
E quando chegar o primeiro grito
Seus olhos irão ficar aflitos por não está lá (?)
Põe um Rock ‘and’ Roll pra tocar
Um Cazuza quem sabe
E eu apareço lá...
E o que você vai fazer quando o carnaval chegar
Sambar no asfalto quente
No meio de tanta gente
Ficar diferente (?)
E na cabeça
Alegorias
Um rosto lindo por trás de uma fantasia
Querendo sambar
Feito um roqueiro querendo cantar
Uma Bossa nova
Nove novidades
Novas roupas
Uma roupagem
Para dá coragem
Aos pés que querem sambar
Até ficar bamba essa timidez
E lá se foi o castigo
Mas, como eu digo
Não vale apena sonhar
Se não for pra dançar
Um samba no escuro, e ao contrario do mundo
Poder cantar...
E quando o carnaval chegar ao fim
Vê-lo partir nas asas de um pardal feio
Feito um bonde sem freio
Que veio devagar, sem querer parar
Mas, foi apenas o frevo
Que chegou sem jeito
Até levar à avenida
Os planos de uma vida
E quando chegar o fim
Todo mundo volta ao começo
E recomeça quando tudo terminar
Os carros passam sem vontade de andar
As praças acumulam a thurma que não quer mais voltar
E tentam se acabar...
Entre drinques e coquetel
Entre pulos e aplausos
Até que chega a policia
Com sua malicia
Querendo melar
A sobra de uma alegria,  que só acontece uma vez na vida
Em cada mês de fevereiro
Bom mesmo é quando termina janeiro
E o coração começa a marcar
Os dias parecem pairar
Sobre a monotonia
Que desaparece aos pouco
Até o carnaval chegar
O que você vai fazer quando o carnaval chegar (?)
Sair no bloco Beber, Cair e Levantar
Me Beija (?)
Antes que o carnaval chegue ao fim
Pois no fim tudo volta ao começo
E recomeça a monotonia
Que linda mania essa de não querer parar
De escrever tentando rimar
Passos com samba
E samba (é com) passo
Se não desafina essa bateria
E bastaria a moça perder o passo
E quando abrisse os olhos já era março
E onde está a cadência, faltou (?)
Já não tinha espaço no Word (!)
Que nada (!). Fui ver o frevo passar
Mas, me diga você Lala Fragoso
O que vai fazer quando o carnaval chegar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Samba de Amor

Preciso do amor necessário
Do amor sem limites
Do beijo com gosto de hortelã
Do sono perdido

Dos dias de luto e de luta
Da vida corrida e compreendida
Do amor que se faz necessário e urgente
No peito da gente

Como um samba
De Noel e Cartola
Um amor assim...

Que caiba no peito da gente
E que não seja preciso
Chorar, sofrer, morrer

Pra entender que o amor
Pode ser bom Pra você
Sendo pra mim.


domingo, 29 de janeiro de 2012

Verbos

Perder o rumo
Perder o fôlego
O sono, a voz
Morrer...

De preguiça
De sono
De fome
Chorar...

De amor
De dor de cotovelo
De emoção

Ao revê-lo
De perto
De longe
De cima...

Do seu peito
Sua boca
Seu cheiro...

De homem
De fogo e fumaça...
De trabalho e cachaça
De homem...




domingo, 15 de janeiro de 2012

Você Vai Lembra de Mim

Você vai lembrar de mim:
 Sempre que ver as roupas jogadas pelo chão; do quarto a sala de estar
Quando for a um show e o astro desafinar
E quando o menino com olhos espertos fingir o perdão
É quando vai lembrar (!)
 Sempre que ver alguém andando apressado, fugindo do caos
Quando procurar a luz no fim do túnel, e não encontrar mais nada
Quando a música entrar no ar da passarada, e alguém disser adeus
Você vai lembrar (!)
Quando encontrar os sapatos jogados pela casa, as luzes acesas e a casa vazia
Quando um louco gritar “Toca Raul”
E você ver nas ruas, os cachorros latindo, pedindo abrigo (Au! Au! Au!)
Alguém mascando chiclete, calçando All Star
Você vai lembrar (!)
Sempre que ver a turma reunida
Fumando "um" e gritando a canção
A menina bailando pra lá e pra cá
Fazendo cara de fácil, e o brotinho animado falando de amor
Você vai lembrar (!)
Quando vir um cara burro amando sozinho
Alguém chorando em silêncio, sofrendo por dentro
E quando na rua um cara careta chamar atenção
Você vai lembrar (!)
Quando os amantes de pau duro
Fingirem que é apenas amor
Encostados no muro
Na cama, na sala de estar
Você vai lembrar
Que ao menos não fui  um hipócrita vivendo a vida de portas fechadas (!)